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24 de dez. de 2018

Você é senhor do seu destino! Nós decidiremos o futuro da humanidade

Como não aproveitar a época natalina e de final de ano para pensar e repensar sobre a vida, tanto quanto a nós mesmos, quanto à família, amigos e este pequeno globo azul por um todo?

Inclusive, para facilitar e otimizar isso, muitas mensagens de espíritos esclarecidos têm sido transmitidas no mundo inteiro, em uma frequência notória, para diferentes grupos, religiões, culturas, países... Nada e ninguém escapa das oportunidades de receber a Luz Divina no momento atual. 

Quem fecha seus olhos e ouvidos espirituais, está escolhendo se manter na ignorância. 

Por que escolhemos a ignorância por tanto tempo? Não tenho dúvidas de que a maioria absoluta de nós encarnados no Planeta Terra foi ou continua sendo renitente no mal; e o mal, por sua vez, pode ser explicado como ignorância. 

Passamos séculos, quem sabe milênios, perdidos e desconectados da essência divina, da fonte criadora, de Deus - seja qual for o nome que você preferir. 

Em razão desse desligamento (diga-se francamente: de termos abandonado Deus!), praticamos toda a sorte de desvios morais. Agredimos a consciência própria e alheia.

Cansados do mal e de sofrer, imploramos à Misericórdia Divina por uma chance derradeira de voltarmos à crosta física e acertarmos, finalmente nos colocarmos no Caminho.

E Deus, em seu amor incompreensível à rasa inteligência humana, não nos deixou entregues ao acaso! Estamos em um mundo que oferece muito a quem sabe procurar. Há muito para quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir! 

Cada ato que praticamos, até os pensamentos diários a inundarem a mente agitada, está moldando a realidade particular em que estamos inseridos. O aleatório não existe no Universo.

Para cada escolha, uma consequência. Se você optar por se alimentar bem, sabe a consequência; se escolher beber compulsivamente, também sabe; se cultivar a inveja ou a maledicência, não poderá reclamar dos efeitos disso em sua vida...

Em suma, não somos vítimas. Liberte-se  do vício de culpar algo/alguém. Liberte-se também da prática de se culpar pelo que acontece, pois a culpa apenas agride e aprisiona a consciência.

Aja! Agir é o verbo do momento. Lembra do que eu falei antes, sobre termos implorado por este corpo físico e esta oportunidade derradeira? 

Pois bem, não há mais tempo para reclamar, se culpar ou fazer de conta de que nada está acontecendo. Perdoe agora, cure-se agora; não há outro instante para você estender a mão ao próximo que está precisando; a planta do quintal espera que você a regue com amor... 

O mundo se agita; você, interiormente, procura por algo que não sabe explicar o que é

Esse algo a procurar é Deus. 

Não é uma religião, não é um guru, não é um livro, não é um blog espiritualista. Mas, claro, as religiões e os livros estão aí para nos auxiliarem nesta tarefa - eu mesmo, pratico com muito amor e respeito a Umbanda. Necessito dela para me religar ao Divino.

Em síntese, para concluir, eu e você, todos juntos, decidiremos o futuro do Planeta Terra. 

Temos uma nobre missão, certamente a mais nobre missão de nossas vidas milenares: fazer o bem triunfar neste pequeno globo azul! 

Sim, ao nos esforçarmos cotidianamente (não só no Natal... ;) para cumprimos o mandamento maior de Cristo - amarmos uns aos outros -, estamos salvando o presente e o futuro da humanidade. 

Todos, sem exceção ou distinção, estamos incumbidos de tal tarefa, que na verdade não é tão difícil: ser um seguidor de Jesus, o Cristo.

''Meus discípulos serão reconhecidos por muito se amarem.''


17 de fev. de 2018

Ontem, eu pedi a Deus que não me faltasse coragem


"Ontem não foi um dia especial. Acordei, escovei os dentes e fiz tudo de sempre. Mas antes do café, meu olhar se fixou no único quadro da sala - católico, herança de avós. A imagem de Nossa Senhora de Fátima me encarou como se eu fosse uma das crianças aos seus pés. 

Então eu rezei (é rezar ou orar que se fala?). Com todas as minhas forças, pensei em Deus e Jesus Cristo, agradecendo pela minha existência e todas essas coisas. Não tenho palavras para expressar minha gratidão. De qualquer forma, acho que Ele entende. Palavras nem bastariam, né? 

E minha oração ao Senhor não foi só para agradecer. As palavras saíram da minha boca sem que eu as controlasse. Ouvi a mim, numa prece que me consolou a alma:

Pai, que não me falte coragem. Que não me falte coragem nos dias difíceis, em que as tempestades estiverem contra mim, porque serei necessário ainda mais nesses dias. 

Meu trabalho, minha luta, não é pela maresia, não é pelo caminho fácil que já está de antemão desenhado pelo costume do fracasso, escrito ortodoxamente dentro da doutrina de quem se contenta com pouco, pouquíssimo.  

Eu não procuro nem quero sofrer. Tão somente sei que as dificuldades moldarão o espírito e as recompensas do trabalho árduo são sobejamente superiores à sombra morna. 

Por isso, não vou mirar a estrada simples e resolvida, terna quanto cômoda. Quero coragem, Senhor! Coragem para escolher o melhor para mim segundo a Vossa vontade e, descobri andando em Vossos ventos, ela é para quem está minimamente maduro. 

Necessito de força para não desistir e fé para acalentar. Espero a Sua presença, Senhor, para que não haja receio de que sou maior que todo o medo, tristeza, dor ou desespero. 

Sou completo em Sua presença, acredito piamente. 

Pai, eu entrego minha vida ao Senhor, para ser seu instrumento neste mundo, apesar de tolo e imperfeito. Que não me falte coragem, pois aspiro para o amanhã a glória de quem está em paz com a consciência, contente com a missão exitosamente cumprida.

Foi breve e durou uma eternidade, paradoxalmente. O que quer dizer exatamente, eu não sei. Sigo acordando às seis, trabalhando oito horas e cuidando das crianças. O que me espera, o que me exigirá tanta coragem?

Para mim, basta a certeza de que estou à disposição de Deus. Desde então, sinto que se Ele me chamar hoje, estou em prontidão."


11 de jun. de 2017

A minha vida vale mais do que a sua?

Pare e pense. Inverta a questão, também: a sua vida vale mais do que a minha?

Por mais singela que essa pergunta pareça, e por mais que você vá responder categoricamente que não!, nenhuma vida vale mais do que a outra!, eu peço para que você sinceramente pare e reflita.

Quantas vezes pensamos e agimos como se nossa existência tivesse, sim, mais valor que a do outro? Isso se dá em pequenas atitudes. Instintivas, sobretudo. 

Nem raciocinamos sobre, mas estamos lá, pensando ou agindo como quem se acha superior.

Você quer um exemplo? Não é difícil encontrá-lo. Analise a si próprio, e aos seus próximos (sem o fim de julgá-los, obviamente). Encontrará diversos.

Superar o egoísmo - gerador primário de toda crença responsável por colocar você acima dos outros, direta ou indiretamente, consciente ou inconscientemente - é uma necessidade para quem quer deixar para trás o lado animalesco que carrega.

É verdade: ainda carregamos um lado animalesco - naturalmente. Saímos, na escala do Universo Cósmico, há pouco tempo do estado irracional ou semi-racional dos animais. Hoje, somos animais racionais. Estamos aprendendo a lidar com isso (razão, consciência, liberdade, livre-arbítrio, etc). 

Decepcionante? Para quem desconhece essa realidade, é chocante descobri-la de súpeto. Mais fácil negar.

Fato é que não superaremos nosso atual estado de ser, isto é, nosso apego ao bruto (material), sem esforço constante e contínuo no bem

Você pode começar a fazer isso - exercer tal esforço para melhorar intimamente - refletindo sobre a pergunta do título. E desejando, realmente, combater toda a ideia ou sentimento de que você vale mais do que o outro.

25 de mai. de 2016

As trevas querem você limitado

O título pode soar estranho para alguns: trevas? Explicando: Por trevas, devemos entender a legião (é numerosa!) de espíritos que exercem conscientemente seus planos de controle sobre nós, encarnados e desencarnados.

Existe um contingente de espíritos habilidosos, intelectualizados e ágeis, que se esforçam cada vez mais para manter o poder que têm. Sim, esses espíritos - organizados em diversas hierarquias - são extremamente influentes e aproveitam de nossa baixeza moral para se abastecerem energicamente.

Os vícios, os pensamentos desordenados, a vida mesquinha: são elementos de combustível a tais espíritos. Eles vampirizam inteligentemente nossas forças vitais.

Sendo assim, é importante para eles que nós continuemos os mesmos. Não precisamos mudar. Justamente: só precisamos continuar agindo da forma mais robótica e materializada possível. Simples, não? Nada trabalhoso ou desgastante.

Veja bem: o que mais preocupa a esses espíritos não é o quanto você está lendo sobre a Doutrina Espírita, sobre a Doutrina Secreta, sobre a Bíblia. Não! Definitivamente, não. Isso pode ser de interesse, e geralmente o é, mas secundário.

O que mais preocupa as trevas é o quanto você está disposto a colaborar menos com eles. Por isso, o conhecimento influencia, porém não é a palavra final.

Os esclarecimentos espiritualistas e religiosos têm por fim elucidar nossa consciência da importância disso tudo. De como somos frágeis e pequenos ainda. Que precisamos nos esforçar para mudar. Eis, portanto, que o conhecimento é uma chave, renegada por nós em diversas instâncias. É mais cômodo apenas pegar a chave e andar com ela no bolso, sem abrir a gloriosa porta que ela desvenda. 

Se você está se interessando em ajudar os outros, a si mesmo, se você está se interessando mais em estender a mão do que julgar, isso que faz toda a diferença... Clichê? Pois, repito, é justamente coisas simples como essas que fecham as portas para as trevas nos acessarem. O esforço moral que nos aproxima de Deus e nos distancia da matéria.

As trevas desejam que nossos pensamentos sejam sempre os mais mesquinhos possível. Que olhemos os outros com maledicência e reprovação. Que nossa rotina seja resumida a comer-reproduzir-dormir. Que de forma alguma trabalhemos pelos outros. Que de forma alguma descubramos a paz de espírito ou algo próximo da felicidade. Ou seja, as trevas desejam para nós o mesmo caminho que eles, por ora, escolheram seguir: o caminho da contramão do progresso.

Estagnação. Essa é a palavra de ordem que querem para você. Nada de progresso. Nada de vislumbrar novos horizontes - somente o grosseiro horizonte terreno. Nada de saber se redimir, de mudar. Nada de querer ser melhor. 

E aí, a quem você quer servir?

8 de fev. de 2016

Amplie sua mente: A mudança é uma questão de inteligência! Não se contente com a inferioridade

Das cerca de sete bilhões de pessoas encarnadas no mundo atualmente, provavelmente a maioria vive de um jeito muitíssimo parecido, pelo menos espiritualmente falando. Interesses, objetivos, prioridades, sentimentos... Bastante coisa em comum.

É como se estivéssemos todos em uma faixa padrão. Essa faixa, infelizmente, não é algo da qual devamos nos orgulhar. Na verdade, é uma faixa ainda tão mesquinha que precisamos realmente nos interrogar se estamos tendo sequer consciência dela - ou melhor, se estamos tendo consciência real de nós mesmos.

Quando culpamos os outros - os espíritos, as pessoas, Deus - pelos problemas que, em realidade, foram criações de nossa autoria, demonstramos que não temos consciência de nós mesmos. Preferimos a ilusão de transferir a outro departamento as responsabilidades que não conseguimos arcar.

Mas não para por aí, esse é apenas um exemplo. Se você analisa a si mesmo friamente e disposto a fazer isso sem máscaras, vai encontrar uma gama de erros, problemas, conflitos, verdadeiros desastres íntimos.

Essa consciência real de si mesmo vai ofertar isso. Péssimo? A um primeiro olhar, sim, péssimo, pois estamos tomando ciência de como somos inferiores. Mas vendo de um jeito ampliado, não é nem um pouco ruim. É a única maneira de mudarmos.

Se você se reconhece portador de tantos e tantos defeitos, por exemplo, e não deseja melhorar em nada, absolutamente nada, nem nos aspectos mais simples, você é cego - e mau. Imagino que você não queira ser ou continuar sendo nem cego, nem mau. Então por que não mudar?

Por que continuar do mesmo jeito e não se esforçar para ser melhor? Tente responder a esta pergunta. Por quê?


Eu nasci assim, eu sou assim, eu não vou mudar... Podem ser as respostas dos mais persistentes. Enquanto haver tal mentalidade, sim, você não vai mudar. Vai persistir nos mesmos erros até estar tão cansado deles que o ''eu sou assim não vou mudar'' se transformará em ''eu sou assim, preciso mudar''. E geralmente é a dor quem se encarrega disso.


A Terra vive um momento difícil. Isso é mais visível no dimensão espiritual/astral, porém já se faz plenamente observável em nosso mundo físico. E a tendência é que a situação se complique mais por aqui: o ápice da crise para, posteriormente, a regeneração do planeta. 

Os tempos são chegados. Estamos vivendo o bíblico juízo final, que não é o prelúdio do fim do mundo, não! É um momento sublime da história da Terra e que marcará quem poderá permanecer e quem será expulso para um mundo inferior. 

Por isso, o máximo esforço para se melhorar é uma questão de inteligência. Como já ouvi um espírito dizer, ser bom hoje é sinônimo de inteligência. Infelizmente, a maioria não compreende esse pensamento e prefere continuar nos erros.

Mas você já está apto para compreender e aceitar isso. Não ignore a realidade espiritual que o cerca: mude. Não seja mais um. Seja você mesmo. É preciso coragem para mudar, para ser honesto com os seus princípios e com a própria consciência. Contudo, vale a pena. Acredite nisso: vale a pena ser melhor. Mude hoje e mude agora.






19 de dez. de 2015

Já não suportamos mais o peso das máscaras e da hipocrisia

Algo mudou. O mundo mudou e não foi apenas no sentido cultural e tecnológico, que em meio século revolucionou a maneira de fazermos quase tudo. Hoje, existem diferenças gritantes no modo de pensar e refletir que, possivelmente, tornam o atual momento absolutamente único na Terra. Como tantas outras coisas, isso faz parte da regeneração.

O mundo regurgita o atrasado e o insano. Não aceitamos mais os velhos paradigmas, as velhas fórmulas de pensar que nos guiaram por séculos e milênios em meio a mentiras e contradições. Hoje, fala-se: nos expomos nu e cruamente o que a lógica nos convida a dizer, mesmo que isso desafie o comum, o ordinário, o padrão.

Como somos humanos, espíritos falhos e ignorantes, fracos e propensos a falsas verdades, não estamos nos transformando da noite para o dia em anjos, querubins, não! Mesmo neste processo continuamos cometendo enganos e confusões - avançamos, apesar de tudo, com tropeços e ilusões, avançamos.

A hipocrisia está sendo persistentemente percebida. Isso cada vez mais nos desperta para enxergar a realidade desvestida das mentiras que nós mesmos construímos ou imaginamos construir. Verdade seja dita, estamos há muito tempo acostumados com uma falsidade atordoante. 

E é tempo de desconstruir o que precisa ser expurgado de nosso sistema de vida, construindo novos valores. Estamos começando a prezar justamente a sinceridade, a razão que repele os preconceitos tolos e a hipocrisia, já aqui mencionada. 

Certamente, não é algo generalizado. Muitos não perceberam e não se envolveram neste processo. Verdade - porém, muitas e muitas pessoas estão, ainda que inconscientes, colaborando para tornar a sociedade que estamos inseridos melhor.

Melhor - porque o espírito humano já alcançou um grau evolutivo que o permite ter maior maioridade, ou seja, podemos tirar véus dos olhos espirituais e conceber a realidade como ela é, livre dos erros que distorcem o conhecimento, o entendimento e o discernimento.

Precisamos ser verdadeiros. Sermos nós mesmos. Se não formos verdadeiramente nós mesmos, jamais seremos seguidores de Cristo, jamais estaremos definitivamente colaborando para a transformação espiritual do planeta.


13 de dez. de 2015

Ciência e Espiritualidade: contexto histórico, a união e a ciência espiritual


Ciência e Espiritualidade: Um breve contexto histórico

Pelos registros históricos nos disponibilizados, os intelectuais da Antiguidade não se preocupavam exacerbadamente em separar o científico do espiritual – ou talvez seja possível afirmar que isso definitivamente não era uma preocupação pautável para eles. Pitágoras, o matemático criador da primeira universidade do mundo, ensinava tanto a geometria quanto a metempsicose (reencarnação) para seus ‘‘alunos’’.

É com o advento do Iluminismo (‘‘ movimento intelectual do século XVIII, caracterizado pela centralidade da ciência e da racionalidade crítica no questionamento filosófico, o que implica recusa a todas as formas de dogmatismo’’) que a razão, elemento crucial que já vinha sendo despertada na mentalidade humana desde o Renascimento, com o fim da ‘’Idade das Trevas’’ (Idade Média), ganha forças incomparáveis em nossa história antropológica, alçando no cenário mundial mudanças bruscas.

A razão incentivada pelo Iluminismo era materialista (sem aqui conotar qualquer significado depreciativo do termo), isto é, investigava e se baseava no material, na matéria palpável ou pelo menos experimentável (exemplo: gases).

Portanto, após séculos de superstições e conhecimentos absolutamente absurdos e até mesmo prejudiciais incentivados durante a Idade Média, o homem passa a vislumbrar um horizonte que preza o sensato, o racional – e, sobretudo, o experimentável. Aquilo que não pode ser provado ou compreendido racionalmente, de acordo com os princípios científicos, é posto em dúvida.

É desta forma que começa uma discrepância no campo conceitual entre ciência e espiritualidade – pois o científico pertence àquilo que pode ser experimentado, comprovado com hipóteses ou observações, enfim, ao universo material. O espiritual, por sua vez, ocuparia majoritariamente os fenômenos impossíveis, inexplicáveis, nem sempre dignos de credibilidade e, muito menos, comprováveis, passíveis de serem estudados pela razão científica.  Certamente, sempre houve exceções, mas aqui estamos falando genericamente. Estudiosos ocultistas que relacionavam habilmente a ciência tradicional ao espiritual se fizeram presentes em todos os séculos de ênfase materialista.

O contexto mencionado no parágrafo anterior é, sobretudo, ainda o engendrado pelo Iluminismo, ou seja, nos primeiros séculos da segunda metade do segundo milênio (mesmo que possua significâncias válidas ainda hodiernamente).

No século XIX, a ciência materialista vivia uma espécie de apogeu – o positivismo de Auguste Comte reforçava os conceitos apresentados anteriormente sobre materialismo. A ciência, em tal século, prezava enfaticamente a diferença entre o científico e o espiritual. De um mundo embebido de superstições e absurdos medievais, passamos a uma sociedade que não sabia lidar com fenômenos impossíveis de encaixar sob a ótica do método científico.
Digno de nota ressaltar que neste mesmo século (XIX) surgiram duas importantes correntes filosóficas que abordavam fortemente um ‘‘contra materialismo’’: A Doutrina Secreta (1888), de Helena Petrovna Blavatsky e, antes disso, a Doutrina dos Espíritos ou Espiritismo (1857), de Allan Kardec.
A Doutrina Secreta, por mais que tenha sido uma considerável (e seleta) expressão de abalo aos valores materialistas prezados pelo contexto da sociedade em que teve sua gênese, não flertou com o campo científico convencional, ao contrário do Espiritismo, que, através de seu Codificador, induziu a uma relativa reconciliação entre Ciência e Religião, entre o científico e o espiritual.

O Espiritismo ofereceu no século XIX uma concepção filosófica e religiosa que recomendava e confiava na Ciência, na contramão de praticamente todas as outras filosofias religiosas, que persistiam em relutar contra os inúmeros avanços obtidos através da Ciência.

No próximo século (XX), físicos como Albert Einstein, Werner Heisenberg e Erwin Schrödinger revolucionam o panorama científico com estudos e contribuições que alteram as pretensões arguidas anteriormente no campo científico: o que era estável e absoluto torna-se instável e relativo. O Universo de Newton comparado a um relógio cede lugar a um Universo incomparavelmente mais complexo e menos perfeito (usualmente tratando-se).

A ciência nunca mais foi vista da mesma maneira maquinar de outrora, possibilitando que cientistas e filósofos trabalhassem independentemente, unindo seus conhecimentos e valores espirituais aos científicos – por exemplo: Fritjof Capra, ainda vivo em nossa dimensão física.

Hoje, contextualmente falando, Ciência e Espiritualidade são assuntos unidos para muitos pensadores, filósofos e até cientistas, que buscam compreender qual a relação entre o tangível e o intangível. Ressalta-se, por exemplo, que universidades do mundo inteiro já estudaram e estudam fenômenos tipicamente considerados como espirituais ou religiosos, tal como o passe magnético cedido em centros espíritas ou a eficiência neurológica da meditação.

Não obstante, prevalece fortemente a divisão entre ‘‘ciência convencional’’ (que seria a ciência propriamente dita, conhecida por todos nós, ligada ao materialismo) e a ciência espiritual, a espiritualidade e as próprias religiões.

Em outras palavras, vivemos em uma época em que há tanto a união do espírito com a matéria no que diz respeito ao cognitivo, ao epistemológico, quanto também continua havendo uma separação latente, pois o espírito e o espiritual não são reconhecidos oficialmente nos principais centros e convenções científicas do globo. Contudo, estão sendo cada vez mais estudados e não seria uma conjectura fantasiosa prever que em pouco tempo a ciência convencional dará as mãos ao espiritual.

Ciência e Espiritualidade: De qual forma são unidas

Vimos anteriormente que a ciência estuda aquilo que é passível de ser experimentado, observado, teorizado segundo um rol de critérios taxativamente racionais. Já o espiritual raramente impulsiona essas considerações. Portanto, como podemos visualizar uma união entre ambos?

Allan Kardec nos diz:

     “A ciência e a religião não puderam se entender até agora porque, encarando cada qual as coisas de acordo com seu ponto de vista exclusivo,  repeliam-se mutuamente. Faltava-lhes algo que preenchesse o vazio que as separava, um traço de união que as ligasse; esse traço de união é o conhecimento das leis que regem o mundo invisível e suas  relações  com o mundo visível, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez constatadas essas leis pela experiência, uma luz nova brilhará: a fé é dirigida à razão, a razão não encontrou nada de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido.’’ (O Evangelho Segundo o Espiritismo.)

Já o físico e pesquisador Patrick Drouot relata o seguinte, em entrevista ao espiritualista brasileiro Wagner Borges:

‘‘Por volta dos anos de 1983-84, comecei a ter experiências que não pertencem ao mundo clássico, e a pergunta era sempre a mesma: será que podemos explicar esses fenômenos com o avanço da física quântica? E, respeitosamente, pelo conjunto de todas essas tradições, eu acredito que todos os sábios, todos os xamãs, todos os santos que existiram desde o inicio, eram físicos antes mesmo que a ciência existisse, porque eles explicavam o que acontecia além da realidade ordinária, comum, exatamente o que o avanço da física quântica tenta fazer atualmente.’’

O entendimento científico de que massa e energia são convertíveis (massa é energia e energia é massa, segundo a famosa equação de Einstein) é um primeiro ponto para se entender como a ciência é atualmente interligada ao espiritual.

Outro ponto destacável é a compreensão quântica da vida. O mundo atômico e subatômico oferecem à ciência convencional a ideia de que tudo que existe é composto por partículas extremamente complexas e instáveis, de tamanho inimaginável para a nossa limitada mente. O que isso quer dizer? Ora, atrelando à compreensão que equipara matéria a energia, o que entendemos como material é uma forma vibracional da estrutura atômica.

Explicando melhor: o seu corpo físico, por exemplo, é composto de infinitas partículas atômicas que vibram energeticamente na nossa dimensão. E como o átomo é em sua maior parte vazio (sim! Vazio: sem subpartículas conhecidas), poderiam existir muitas outras partículas vibrando energeticamente em outras dimensões – essas dimensões, entretanto, não são facilmente acessadas por nós cognitivamente.

Concluindo: energia e matéria se imiscuem de tal maneira que espírito e matéria têm os seus véus dissipados pouco a pouco pela ciência convencional. A energia dispensada em um passe é passível de ser observada cientificamente, mesmo que com muitas limitações, por exemplo.

A ciência espiritual ou a espiritualidade científica

Modernamente, considera-se amplamente a necessidade do estudo científico do campo espiritual – estudar criteriosamente o que se entende por: corpo espiritual, corpo mental, chacras, cordão de prata, egrégora, ectoplasma, e por aí vai, entre tantos itens do vocabulário tipicamente espiritual. 

É um olhar que compreende a completude entre os saberes, ou uma salutar interdependência. Por conseguinte, o conhecimento acerca do espiritual ganharia força e credibilidade. Já vimos anteriormente que a ciência atual abre brechas para o estudo do que antes era considerado sobrenatural ou supersticioso.

Mesmo que com muitas limitações cabíveis e esperáveis, ciência e espiritualidade são dois campos historicamente separados, unidos e interligados de uma forma que mudou de acordo com o contexto, os preconceitos e os conhecimentos de cada época.


Logicamente, a ciência convencional encontra-se em um ponto de impasse em diversos assuntos que não mais correspondem à ânsia e o progresso do saber. São limitações do materialismo. Já a espiritualidade urge sair cada vez mais da estagnação do saber, pois se energia e matéria se equivalem, e tudo que nos rodeia é energia, essa energia pode e deve ser estudada e analisada para nos render avanços em todos os aspectos.

6 de dez. de 2015

Lembretes a um encarnado

O primeiro lembrete a você, encarnado, não poderia ser outro: você carrega uma lista de débitos com a Providência. Não aumente isso quando é possível evitar, diminua cumprindo com os seus deveres, sem rebeldia. Nada é por acaso.

Ok, é um recado sucinto e complexo de ser executado na prática. Eu sei disso! Pode ser difícil, mas não é impossível. Ou, dependendo do ponto de vista, pode se dizer que não é fácil - nem por isso difícil. Recomendo a leitura deste texto do blog sobre reforma íntima. Faça uma leitura atenta e reflexiva.

Continuando:

A matéria oferece um mundo de ilusões. Não se deixe levar por aquilo que não acrescenta nada de bom a você. Sabe a frase de Paulo? ''Tudo me é permitido", mas nem tudo convém.'' Pois então: já estamos suficientemente maduros para algumas coisas - outras, não, mas aí seria um assunto (delicado) para outro texto.

As expiações vêm, as dores vêm, os problemas vêm. É justamente por isso que você está aqui. A diferença é como passa e lida com essas coisas. 

Orar diariamente, como o banho: limpeza mental e energização espiritual. Sem fé, o indivíduo endurece e enfraquece a si mesmo.

Compreender antes de ser compreendido. Se o outro te é incompreensível, compreenda ele. Quem tem mais dá para quem tem menos. E quanto mais se tem, mais se recebe. Somos testados sempre - não esqueça.

O tempo é algo precioso. Aproveite de forma responsável e frutífera os seus dias. Não estamos aqui para vivermos no ócio, contemplando o dia inteiro programas televisivos mesquinhos, por exemplo, ou fazendo o que não promove nada de bom para ou o próximo. Podemos ser fúteis e superficiais se quisermos - mas há um preço a pagar por nossa preguiça. Evite esse preço.

O seu corpo não é realmente seu corpo. É um empréstimo divino, portanto você tem que cuidá-lo e preservá-lo. Abusos da alimentação, de sentimentos obsessivos (que causam doenças físicas), uso de drogas (álcool, nicotina, maconha etc.)  levam você ao suicídio inconsciente - ou seja, ser responsável pela própria morte, mas não deliberadamente.

Uma ''legião de testemunhas'', como disse Paulo de Tarso, o acompanha. Seus pensamentos atraem espíritos na mesma sintonia, por isso, como também disse Jesus, mostram quem você é. 

Não esqueça ou menospreze o material, pois estamos encarnados, porém também não deixe de estudar e vivenciar os seus aprendizados espirituais. 

Você possui muito a melhorar. Em outras palavras: não se preocupe em julgar os outros. Do mesmo modo, evite ao máximo a maledicência. São venenos para a nossa alma.

A consciência sempre nos aponta erros cometidos. Se arrepender é natural, corrigir, o ideal. Mas a culpa apenas nos atemoriza. Não se deixe dominar por isso. Lembre-se: erramos e isso faz parte do nosso contínuo processo de evolução. Não exija perfeição. 

Antes de se importar vaidosamente com a opinião alheia, importe-se com o que você acredita. É até clichê dizer isso, mas não há outra forma de nos desamarrarmos de grilhões que escondem a nossa luz. Abrimos mão de valores, ou de realmente sermos quem somos, pelo medo da desaprovação. Contudo, sabendo que esta é uma breve vida, perto da eternidade que nos espera, vale mesmo a pena nos escondermos por medo ou vergonha?

(Publicado originalmente em 07/11/13. Atualizado pela primeira vez em 27 de março de 2015 e posteriormente em 06/12/15.)

19 de out. de 2015

Mesmo que a nossa única qualidade seja... querer abandonar o mal

Somos espíritos comprometidos com a Lei de Ação e Reação, também conhecida como lei de Causa e Efeito, de Justiça, etc., enfim, a lei que garante ao universo o equilíbrio. Por ela, quem faz o mal recebe o mal, quem faz o bem, recebe o bem. Simples e independente das vontades humanas.

Felizmente, contamos com a misericórdia divina e a possibilidade de cobrir as multidões de pecados com o amor (Pedro) - na verdade, é o amor que rompe o carma. O sofrimento cármico é um indicativo necessário. O amor é o remédio da alma.

Voltando aonde quero chegar: nós, espíritas e espiritualistas, geralmente somos consciências culpadas. Falhamos muito. Cometemos excessos e desvirtuamos as religiões judaico-cristãs por onde passamos nas reencarnações pretéritas. 

Construímos em nossas almas doenças impossíveis da medicina terrena atual sequer catalogar precisamente: arrogância, orgulho, egoísmo. Doenças morais enraizadas ao longo de muitas vidas. 

Mas ninguém foge da Lei do Progresso. Nenhum espírito permanece indefinitivamente na ignorância. Somos impulsionados incessantemente para o reerguimento de nossas consciências.

E um dia cansamos. Cansamos de persistir na loucura do egoísmo, da vaidade insana e da maldade sombria. Para chegar a esse cansaço foi um longo caminho - e um importante passo.

Não somos seres angelicais. Não temos virtudes - isto é, força moral - à ostentar com firmeza. A humildade, a bondade, a indulgência, entre outras, são relativas e pouco consolidadas em nosso íntimo. 

Mas caminhamos! Seguimos tentando acertar mais e errar menos. Tentamos dobrar o orgulho e o egoísmo, mesmo que à custa de sacrifícios e fracassos. 

Ainda sim... continuamos divididos entre o Velho e o Novo da realidade que queremos alcançar. Talvez, por enquanto, nossa única qualidade de fato seja querer abandonar o mal. 


18 de out. de 2015

Semear o bem

Diariamente, marcamos em nossa consciência coisas que nos dão crédito ou débito para com a Providência. Nem percebemos, mas está ali, marcado cada pensamento ou ato. Cada escolha, intenção, esforço. Recebemos de acordo com o que fazemos. A cada  um segundo suas obras, disse Jesus.

Muitas vezes, o que incentivamos é a discórdia, as más vibrações e os desequilíbrios.

Somos, contudo, responsáveis até mesmo pela influência que temos. Então, por que insistimos no errado? Tantas brigas, desentendimentos, egoísmo e soberba... 

Mais do que como espíritas, como cristãos, devemos transcender a Doutrina intelectual e filosófica à vivência do Evangelho. Somos cobrados pelo que temos, e tendo conhecimento do certo e errado na teoria, na prática devemos demonstrar. O inferno consciencial começa quando ignoramos o que sabemos ser certo.

Você não precisa de dinheiro para ajudar alguém. Não precisa acabar com a fome no mundo ou com o narcotráfico. Quem mais precisa da sua ajuda está em casa, diretamente em convívio. Semeando a paz e a fraternidade dentro de você mesmo e, portanto, a muitos outros, uma caridade inestimável é feita. Fechando-se para a maledicência e a discórdia, outra.

Semear o bem exige dedicação, devido ao fato de termos um lado mesquinho gritante. Mas nada impossível. Comece hoje, amanhã é tarde para quem pode no presente.

[Original de 29 de dezembro de 2013. Repostado em 18/10/15.]

3 de out. de 2015

Tribunal consciencial

O Espiritismo ensina a vida após a morte do corpo físico, as reações das ações, a colheita do que semeamos. Colheita feita pela consciência. Podemos enganar quem quisermos com as máscaras físicas, mas não mentimos para nós mesmos.

Deus não castiga ninguém, o que chamamos de ''castigo'' é feito por nossa autoria. Não é opcional. O homem que se dedica ao mal, seja qual for, terá correspondente dívida perante à Justiça Divina e a sua consciência. É o que o julgará e causará o conhecido ''inferno'', que nada mais é do que um estado consciencial de sofrimento, até que haja o arrependimento sincero e disposição à regeneração. 

Quando inumeráveis espíritos nestas condições se aproximam e se juntam, temos as zonas purgatoriais, o ''Inferno'', esboçado e temido pelos homens durante séculos da história.O Inferno não está em lugar específico, está constantemente em cada pessoa que o criou e não quer mudar, expiando seus efeitos dolorosos. 

A cada consciência ''será dado segundo as suas obras'', isto, é, cada consciência é um Universo particular que julgará a si próprio. Nossas dores morais e culpas vêm daí. Por isso, ''dois pesos são duas medidas'', e quanto mais temos, mais somos cobrados.

Mais espiritualizado, mais cobrado. A consciência do desvirtuado que recém ensaia sair da ignorância não fará o mesmo julgamento de um que já possuía valiosos aprendizados. 

O homem pode achar que cometerá quantas injustiças queira e sairá impune, porque ''o mundo é assim mesmo, injusto''. Entretanto, há um tribunal irrevogável, infalível e incapaz de ser escondido: sua própria consciência. E a vida, regida pelas Leis de Deus, sempre nos oferecerá o que merecemos segundo este julgamento.

[Post original em 22/11/13 e atualizado em 03/10/15.]

27 de set. de 2015

Sem espiritualidade

Às vezes, o mundo parece ser tão deprimente, egoísta e injusto que repudiamos a crença pura e simples oferecida pelas correntes espiritualistas da Terra, com o próprio Espiritismo. 

Isso é a nossa visão. A visão humana, parcial, pálida e, sobretudo, ignorante. 

Sem espiritualidade, você vai poder querer achar quantos motivos preferir para a vida, mas ela sempre estará atordoada por questões que nenhuma corrente materialista pode ajudar. 

O materialismo intenta dar voltas e descobrir labirintos ideológicos para oferecer respostas às questões existenciais, contudo, apenas o espírito pode compreender a vida - o corpo, perecível como é, é um fragmento insignificante. Insignificante porque breve e temporário. Em outras palavras: somente com uma visão espiritual podemos entender a vida.

Sem espiritualidade, você pode julgar que a vida é mais prazerosa e leve, livre de culpa e compromissos extras para com os outros.

Mas não esqueça que, se você pode fugir da espiritualidade, não poderá escapar da própria consciência. Você retardada a verdade e a aceitação - não impede as consequências. A cada um sempre será dado segundo as suas obras. 

Sem espiritualidade, você dirá que pode viver o agora sem se preocupar com o pós-morte.

Ora, recorde que a realidade não precisa de crença para existir, e o pós-morte é uma realidade irremediável para você, enquanto encarnado. Esquivar-se da espiritualidade para se obscurecer da vida que recomeça quando nos desligamos da carne é ignorância e imprudência.

Sem espiritualidade, a vida é instável, efêmera e vazia. Passamos despercebidos de nós mesmos e desconhecemos a imensidão que se inclui na palavra vida. 

Para compreender o espiritual, necessita-se do espírito consciente e disposto a aprender. Seja qual for a sua fé, sua religião ou sua filosofia, lembre-se de manter viva a chama espiritual da existência e, assim, oferecer também ao espírito o seu alimento.

Errar faz parte do caminho; a rebeldia e perda de fé também são elementos que muitas vezes, em meio às tribulações, vamos ter que lidar, ora ou outra, dependendo, obviamente, da condição evolutiva.

Apesar de tudo, recordamos que somos uma consciência divina, com a essência crística dentro de nós. Somos uma inteligência, um ser individual ligado ao todo. O material, que precisamos e não vamos renegá-lo enquanto encarnados, é uma ilusão passageira. De eterno, só o espírito.

10 de abr. de 2015

O corpo é uma prisão espiritual? Vamos nos libertar disso?

De maneira direta, é bem possível dizer, sim, que o corpo é uma prisão para o espírito. Afinal, falando em termos espirituais, estamos completamente limitados na carne. 

Os espíritos ''cabeças'' do mundo espiritual trevoso - ou inferior, se assim preferirem - temem a reencarnação muito mais que qualquer outra coisa. Reencarnar significa esquecer um universo de informações e  estar extremamente limitado, como dito acima.

Mas então por que reencarnamos? Porque precisamos! É através da vida física que conseguimos dar provas melhores a nossa evolução espiritual. Passamos por situações impossíveis de escapar e nos testamos muito mais profundamente. 

Digo nos testamos e não ''somos testados'' por uma razão: após o desencarne, não vão vir espíritos apontar os erros cometidos em vida. Imediatamente a consciência irá cumprir essa tarefa. Se acertamos, sentimos a paz de quem fez o que pode e o ânimo de continuar. Se nos dividimos entre entre muitos erros e acertos, dependerá, mas se nos entregamos muito mais à maldade e à indiferença, então a dor moral palpita no íntimo do ser.

A culpa, o remorso, batem a nossa porta aqui em vida terrena já com relativa frequência, no outro plano, então, é mais intenso esse processo. Criamos um inferno astral na própria mente e estamos sempre onde estão os nossos afins. Disso resulta o que alguns chamam de inferno, outros umbral.

Antes de reencarnamos, se temos um grau considerável de lucidez, planejamos a vida e nos programamos a cumprir várias coisas. São pessoas para acertamos conta, problemas necessários à desacomodação, os resgates cármicos, por aí em diante...

Aqui, com a consciência também reduzida dessa lucidez espiritual, nos entregamos muito mais facilmente às desarmonias de toda ordem. E isso acaba gerando mais carma, consequentemente.

Não estou querendo enlouquecê-lo ou enlouquecê-la. A perfeição não nos pertence e, se me permite um conselho, nem tente buscá-la, porque estamos tão distantes dela na atual situação que o melhor a fazer é respeitar as próprias deficiências morais e intelectuais.

O que não isenta ninguém das mudanças que a vida nos impulsiona diariamente. Sim, diariamente somos impulsionados a mudar. Às vezes mais, às vezes menos, mas somos chamados constantemente - mais no tempo das ditas crises - a nos reformarmos e valorizarmos o que temos de bom.

A roda cármica, que é a lei da da causa e efeito, ação e reação, é finalizada quando o último ceitil é pago, como disse Jesus*. Ou seja, quando nos libertamos das mazelas espirituais e mentais que carregamos, tanto na consciência quanto no passado sombrio a ser resgatado.

Estudar o Espiritismo sempre me fez ter uma seriedade com a vida. Não é porque estamos na carne, e precisamos viver às necessidades que a carne nos impele, que vamos esquecer da vida espiritual. 

E, acima disso, de praticar todo o bem que pudermos, contrariando o egoísmo que ainda possuímos. Contrariando o orgulho, plantemos a divina semente da humildade. Contrariando a acomodação, avancemos no saber libertador. O amor e a sabedoria são as duas asas dos anjos.

''Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.'' Mateus 5:26.



6 de mar. de 2015

A horizontalidade que nos prende

Se paramos para refletir, a vida parece muito insignificante. Nascemos, casamos, trabalhamos, compramos, assistimos novelas na aposentadoria e morremos tomando muitos remédios e colecionando dores e dessabores.


Mas, analisando atenta e racionalmente, nenhuma forma de vida é insignificante. Até mesmo a mostrada acima, em que há lentidão espiritual, para não dizer paralisia, vale a experiência do que não fazer em uma encarnação futura. A bagagem de experiências do espírito sempre é útil em sua jornada evolutiva, não havendo nem regresso, nem uma vida que não se possa tirar bons proveitos doravante.

Em verdade, no trabalho e nas relações familiares já estamos tendo oportunidades de ajudar e progredir. A todo momento, em pequenos momentos, estamos testando a nós mesmos. A nossa consciência é que analisa e julga se passamos ou não nas provas. 

Resumindo, muitas pessoas limitam suas vidas a consumir e ascender materialmente (com objetos e status). É isso que buscamos? Não! Nada errado com o progresso material, contudo, estagnar nele é dizer a si mesmo: pare de crescer.

Sim, pois o vital para compreendermos é que o progresso material, em hipótese alguma condenável, é tão passageiro quando a vida terrena.

O progresso espiritual, que se dá também pelo trabalho (às vezes até mais árduo que o remunerado) e pelo esforço secular, esse sim: eterno e jamais alguém o confiscará.

Por isso é tão importante não nos fecharmos em um mundo superficial, restrito aos bens materiais, aos títulos e condecorações terrenas, aos sentimentos mesquinhos da inveja, vaidade e maledicência. 

A busca pela espiritualidade - ou seja, nos aproximarmos interiormente de Deus - concede ao homem a paz tão desejada, a completude da existência, o sentido não raramente tão vital para nos mantermos de pé com coragem, determinação e resignação.

Em outras palavras, sinta-se sempre à vontade para sair da linha do comodismo intelectual, mental e espiritual. Seja enérgico para viver da forma que você considera melhor, abrindo os horizontes e esticando-os para o infinito das possibilidades.

Leia também: Seja vertical


27 de fev. de 2015

A opinião alheia

Você costuma pensar sobre o que os outros acham ou acharão? Bem, quase sem exceção somos assim. 

Uns mais, outros menos, mas é difícil encontrar alguém que não seja de modo algum afetado pela imposição dos outros.

Tal imposição é sutil: pode ser disfarçada como normal, quando se trata de pai e mãe - família, em geral. Contudo, acontece em muito mais casos.

Nós nos importamos demais com a opinião alheia. 

Aqui, não estou falando de tolerância. Estou falando do quanto deixamos de viver - ou, ainda, de viver sem culpa e mais transtornos - por nos importamos demais com o que os outros irão pensar ou pensam.

Acontece muito na juventude, por exemplo. Se você não ceder a alguns padrões, como o de drogas, não vai ser bem aceito em determinados círculos de pessoas. Passará como chato, careta, certinho, etc.

Em outras palavras, vergonha. Vergonha de ser como realmente você é.

Consideramos, e aprendemos assim, que como somos não está certo. Devemos ser como todos são, seguir as mesmas regras, costumes e jeitos. 

Se fugimos do padrão, somos esquisitos, estranhos (etc. de novo).

Coexistindo com o discurso de ''somos todos diferentes'' e ''somos todos iguais'', em verdade, as pessoas em geral possuem dificuldade para aceitar o que para elas é diferente.

Os homens julgam, mas todo o julgamento humano está imergido em ilusões e meias verdades.

Então seja você mesmo. Sem vergonha. 

Lembre-se que, sobretudo, você pode e deve viver com autenticidade, respeitando a si mesmo e aos outros, cada um com o seu tempo de evolução e bagagens de erros e acertos.

20 de fev. de 2015

Por que tanta discórdia, ódio e violência?

Vivemos em um planeta repleto de interdependências. O mundo físico e o mundo extrafísico, também conhecido como astral, não são isentos de uma ligação até muito direta.

Os nossos pensamentos criam egrégoras (leia mais sobre isso clicando aqui) em todos os ambientes que estagiamos. E a Terra também possui uma espécie de grande egrégora, uma atmosfera resultante da psique geral da humanidade.

E o quanto dessa energia coletiva não é de violência, direta ou indireta, verbal ou não verbal, descontrolada ou premeditada?

Tudo parece ter que odiar algo hoje em dia. Algumas feministas deixam de lado a causa feminista para exclusivamente odiar - o dito sistema, os homens, etc., etc.  

Certos religiosos deixam de lado a causa maior de suas religiões para odiar os descrentes de suas doutrinas, os céticos, os críticos, aqueles que simplesmente pensam diferente e manifestam-se respeitosamente. 

Alguns ateus igualmente dedicam boa parte do seu tempo para odiar as religiões, os fiéis e tudo que não vai como gostariam que fosse no campo das crenças.

Homens de esquerda e direita satisfazem-se em um jogo mesquinho de briga constante nas redes sociais e outros meios, para ver quem está incrivelmente certo e quem está ridiculamente errado. E haja blasfêmia contra Karl Marx, contra o sistema.

Veja bem, não me refiro a você ter opinião e manifestá-la. É quase que uma obrigação social fazermos isso - não que sejamos obrigados, mas como vivemos em sociedade e não sozinhos, seria o ideal.

Refiro-me à pura intolerância. A incansável busca por querer provar que está certo e convencer o resto da humanidade disso. Ao sentimento de ódio contra quem pensa diferente. 

Você já parou para entender o seu ''adversário ideológico''? Por que ele pensa assim? Será que ele simplesmente está errado e pronto? Ou também possui alguma razão? 

Faça esses questionamentos. QUESTIONE O SEU EGO.

Quem quer estar sempre certo, sempre com a razão, sempre com a superioridade, é o seu ego. Quem inibe rever pontos de vista, onde devemos mudar e melhorar, é o ego. O ego que alimentamos durante milênios. 

Realmente, desconstruí-lo não é muito fácil. Queremos ser imponentes. Manter uma personagem que não existe. Sim, adoramos nos vestir de uma personagem extraordinária - muitas qualidades e bens invejáveis. Os defeitos? Só aqueles que engrandecem mais ainda - ''tenho personalidade forte'', ''gosto de tudo perfeito'', por aí vai...

Ah, como somos tolos. Sim, somos muito egocêntricos ainda. Não vamos em uma encarnação nos tornar espíritos puros. 

Mas podemos sim, aqui e agora, porque o único tempo que existe é o agora, começar ou continuar o trabalho de desconstrução (perdão se o termo não é o mais adequado) deste ego que nos freia a evolução espiritual e nos impede de nos sentirmos como parte do todo.

Somos todos filhos de um mesmo Criador. Somos todos únicos e diferentes, mas ligados por uma força muito maior. 

E quando deixamos de lado a discórdia e o instinto tão primitivo do orgulho, que nos separa e afasta, como se realmente fôssemos inimigos uns dos outros, então podemos sentir essa ligação superior. 

Quem sabe daqui em diante não nos esforcemos para tentar no dia a dia, entre familiares e amigos, colegas e estranhos, fazer prevalecer a paz ante qualquer tipo de violência?

Precisamos urgentemente de paz - e ela não vem do exterior. Está no íntimo de cada um de nós. Está, sobretudo, na consciência. Quando nos sentimos conectados com Deus e com o Universo, com a tranquilidade de quem fez e faz o que pode, por si e pelo seu próximo, então estamos em paz.

Tal paz é irradiada para quem convive conosco. É dessa paz que o planeta precisa. É de união e superação do próprio orgulho e egoísmo para o bem do próximo.

Somente assim vamos impedir que a dor venha ter um papel ainda mais avassalador no processo de regeneração da Terra. 

Diariamente, nos regeneremos em busca de paz e amor - sem confundir isso com inércia, apatia e estagnação -, para que amanhã a psique da Terra seja de muito mais felicidade do que desespero e aflição.

Obrigado por ler até aqui.

6 de fev. de 2015

''Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também'' - O trabalho material e espiritual

Segundo a Doutrina Espírita, podemos entender como trabalho toda a atividade útil. Na questão 676 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec questiona sobre a imposição do trabalho, e assim é respondido:

''  — É uma conseqüência da sua natureza corpórea. E uma expiação e ao mesmo tempo um meio de aperfeiçoar a sua inteligência. Sem o trabalho o homem permaneceria na infância intelectual; eis porque ele deve a sua alimentação, a sua segurança e o seu bem-estar ao seu trabalho e à sua atividade. Ao que é de físico franzino. Deus concebeu a inteligência para o compensar; mas há sempre trabalho.''

O trabalho material é rotina. Acordamos cedo e dormimos tarde em meio a diversas tarefas; além do serviço remunerado, dezenas de outras atividades precisam ser desempenhadas diariamente - desde a limpeza e organização de nossa casa a ir ao supermercado, cozinhar, tomar banho, etc.

Aumentamos nas últimas décadas nossas necessidades materiais. Agora internet é algo tão necessário quanto tomar banho. Relativo? Como tudo.

Consequentemente que temos mais necessidades materiais, e ainda nos deixamos persuadir por muitas superficialidades, não é raro que o trabalho espiritual fique em segundo plano. 

Pensamos tanto em coisas para comprar, contas a pagar, necessidades momentâneas a satisfazer, que em nossa rotina o espiritual fica comprometido. 

Você tem tempo para rezar todos os dias? 

Para estudar assuntos da espiritualidade, você tem tempo?

Para se dedicar de alguma maneira ao próximo, sem receber nada em troca, você tem tempo?

Para desenvolver a sua mediunidade, se é o caso, você tem tempo e disposição?

Os Espíritos não nos pedem uma vida de sacrifícios e martírios. Não nos negam os nossos prazeres, nem nossas ambições materiais.

Pelo contrário. Mas não estamos aqui para imergirmos na matéria. Estamos aqui, encarnados, para nos conhecermos e, portanto, conhecermos o Universo - o Universo de Deus -, e evoluirmos continuadamente.

É desta forma, trabalhando pelo nosso adiantamento e pelo adiantamento das pessoas a nossa volta, caminhando para o sublime sentimento do amor, que transcendemos as ilusões da matéria e afloramos a consciência. 

A água, através do seu ciclo infinito, o vegetal, oferecendo-nos o oxigênio e alimentando a base da pirâmide alimentar, o animal, avançando harmonicamente sua inteligência rudimentar e instintiva, o homem, na longa caminhada de sua ascensão espiritual...

Assim como os Espíritos Superiores e, claro, Deus. Tudo no Universo trabalha. 

Trabalhemos também, por nós e por aqueles a quem podemos ajudar, lembrando que  o serviço material e espiritual, objetivo e subjetivo, completam-se para dar ao homem, em seu atual estado evolutivo, a paz de espírito e a tranquilidade da consciência que possui o dever cumprido.


23 de jan. de 2015

Mulheres oprimidas

Neste post do À Luz da Seara, abordarei uma questão muito importante, seja qual for o seu sexo ou idade: a opressão sofrida por muitas mulheres por parte de seus maridos e o fenômeno que estamos testemunhando na atualidade.

Minha avó é uma mulher tradicional - viveu um casamento tradicional. Sem instâncias de divórcio ou independência. 

Hoje, desde alguns anos, a realidade é bem diferente.

Conheço inúmeras mulheres, algumas bem próximas, que viveram uma, duas ou até três décadas em um relacionamento afetivo pouco construtivo. Contudo, cansaram, viram a tempo de mudar o que estavam passando...

E mudaram.

É lastimável dizer que ainda hoje persistem homens que limitam abusivamente a vida de suas esposas. Tentam - e o pior é que não raramente conseguem - dominar os gostos, as vontades e os lazeres de suas esposas. 

É uma verdadeira subjugação da consciência. Em nome do ciúme possessivo, impedem amizades, fecham o círculo social em torno deles mesmos e suas tangenciais.

Ademais, com o fato de muitas vezes os homens deterem a renda total da casa, mantêm-se pela estabilidade financeira oferecida. Outro fator que, pela independência financeira das mulheres e a possibilidade da pensão alimentícia, vem sendo demolido.

Não há literalmente vítima - mas há agressor. 

O livre-arbítrio dita a nossa vida. Não pense você, espírita, que deve permanecer em um casamento porque assim foi determinado no plano espiritual. Isso não existe!

Não é por isso que você deve se casar com alguém ou manter-se numa relação. Elas são, sim, planejadas antes da vida na Terra, mas o decorrer é você e o outro que fazem.

Não permaneça em uma relação em que você é subjugado. 

Você deve cortar aquilo que lhe faz mal. Deus quer o seu progresso e sua felicidade. Existe progresso através daquilo que retrógrada e paralisa a consciência?

Jamais! Entendamos a importância do respeito, da tolerância e da amizade necessárias para a vida a dois. Sem isso, apenas estaremos tratando de mais um caso cármico, em que aumenta-se a dívida espiritual entre aquele que deve e o que sofre.