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21 de jun. de 2014

O vazio existencial do consumismo

A compulsão por estar sempre adquirindo bens materiais - seja roupa ou qualquer outro item - nunca é benéfica. Buscar preencher a vida através do consumo é uma fonte enganosa, que logo deixa sua marca: o vazio por trás de tudo isso.



Consumo consciente e o consumismo


Por mais materialista que o ser humano possa ser, no caso do consumismo, é dado um momento em que toda a parafernália obtida transforma-se em algo superficial; vem o desânimo e, em alguns casos, a depressão.

Reflexões espíritas sobre o materialismo


A sociedade atual valoriza demasiadamente a aquisição material e o status financeiro. O estudo e o trabalho, se nos descuidamos, passam a servir exclusivamente a um único objetivo: ascender materialmente.

De logo deixo claro, como assertei em outros textos, que nada vejo de errado no progresso material ou a aquisição de bens materiais. O ponto a qual me refiro e busco chamar a sua atenção está localizado sobre a prevalência do material sobre o espiritual

Devemos ter a consciência de que o objetivo da vida, precisamente, desta encarnação em que nos encontramos atual e temporariamente, é o melhorar, o despertar e o autoconhecer-se

Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém, disse Paulo de Tarso. Esta memorável citação do apóstolo de Cristo nos convida, também, a refletir o que precisamos e o que queremos fazer aqui na Terra.

O espiritual é a verdadeira vida. Não nos deixemos enganar pelas ilusões deste mundo, saibamos aproveitá-lo para a nossa evolução! 

Que os bens materiais conquistados sadiamente nos tragam o conforto e a estabilidade sem, contudo, passarem a ditar as coordenadas do centro de nossas vidas, e sem também colocarem a busca espiritual que tanto necessitamos em segundo plano.


30 de nov. de 2013

Suicídio consciente e inconsciente

Um tema importante esclarecido pelo Espiritismo é o suicídio. Em O Livro dos Espíritos, os Espíritos respondem a Allan Kardec sucintamente:

944. O homem tem o direito de dispor da sua própria vida? — Não; somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.

Podemos achar que o corpo é nosso, fazemos o que bem entendemos com ele. Não é bem assim. O corpo - esta existência, reencarnação - é um empréstimo divino, oportunidade de escoarmos nossos pesados débitos e crescermos. Respondemos justamente a todas as ações com ele, que vão do pensamento à alimentação.

O suicídio consciente - isto é, deliberadamente tirar a própria vida - é uma falta muito grave, sentida pelo indivíduo, que continua sofrendo após o rompimento com a carne. Os efeitos variam de espírito a espírito, contexto a contexto, circunstância a circunstância. Todavia, sempre é sentido.

957. Quais são, em geral, as conseqüências do suicídio sobre o estado do Espírito? — As consequências do suicídio são as mais diversas. Não há penalidades fixadas e em todos os casos elas são sempre relativas às causas que o produziram. Mas uma conseqüência a que o suicida não pode escapar é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos, dependendo das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros numa nova existência, que será pior que aquela cujo curso interromperam.

O suicida, frequentemente fazendo isso para ter suas dores e males cessados, não se livra de nada. Pelo contrário, as dificuldades vêm aumentadas. Tirar a própria vida é a pior coisa que um sofredor pode fazer, é um ato de desespero que espiritualmente custa caro, muitas vezes, outras encarnações.

Outra forma de suicídio é o inconsciente. Ocorre, por exemplo, quando alguém morre devido ao uso do cigarro, do álcool, outras drogas, além de formas de alimentação. Exemplificando ainda mais, o espírito André Luiz conta em Nosso Lar que era chamado de ''suicida'' pelos espíritos do umbral. Tal fato o espantou, já que não se matou... conscientemente. Além de presente nas obras de André Luiz, pelo médium Chico Xavier, o tema foi tratado por Allan Kardec em O Céu e o Inferno:

"O suicídio não consiste somente no ato voluntário que produz a morte instantânea, mas em tudo quanto se faça conscientemente para apressar a extinção das forças vitais." 

Esse ensinamento nos faz refletir: como estamos cuidando do nosso corpo? Além dos aspectos inteiramente materiais, os pensamentos constituem fatal influência. A cada vibração odiosa comprometemos o nosso sistema cardíaco, assim por diante.

Todo o ato de desespero tem más consequências. Calculado friamente, o suicídio consciente é produto de depressão e outros fatores agressivos. Em suma, analisamos que nenhum sofrimento carnal - necessário e útil para o progresso e felicidade futura, se aproveitado bem e sem rebeldia  - se compara com o de se despor da vida. Indiretamente, devemos cuidar física e moralmente do corpo e, logo, do espírito. 

O espírito e a depressão

Se O Livro dos Espíritos tivesse sido escrito nos últimos anos, com certeza constaria uma pergunta do Codificador aos Espíritos sobre a depressão. A depressão existe há muito tempo, mas é no presente que ela se consolida como a doença do século. Atinge pessoas de diferentes lugares, condições financeiras e estruturas familiares. Quem aparentemente tem tudo, quem aparentemente tem nada. Entretanto, deve-se observar que aspectos físicos são insuficientes para a compreensão da depressão, já que a mesma é uma doença da alma.

Joanna de Ângelis nos diz que ''a depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em Deus... Os postulados religiosos não conseguem permanecer gerando equilíbrio, porque se esfacelam ante as reações aflitivas do organismo físico. Não se acreditar capaz de reagir ao estado crepuscular, caracteriza a gravidade do transtorno emocional.'' O que caracteriza esta doença é justamente a perda de confiança, do acreditar - seja no que for. A vida se torna um bloco vazio sem motivo para ser preenchido, corroendo a cada instante com seus pensamentos inferiores.

Se analisarmos o aumento da depressão nos últimos anos, podemos fazer algumas observações. Em mundo que passa por transição, o questionamento da existência e os sintomas citados no parágrafo anterior podem voltar transformados para o bem, na certeza e esperança, com o vencimento da doença. Nos questionamos, entramos em fase de prejuízo mas buscamos a cura, e com ela crescemos espiritualmente. Infelizmente, a dor é, sim, um meio de evoluirmos, já que nem sempre aceitamos o modo do amor. Por isso, paradoxalmente dizendo, para muitos, a depressão é uma oportunidade de cura. Não que seja positiva, já que é resultado de más fatores pessoais.

Como deve proceder o tratamento para quem tem depressão? Joanne de Ângelis acrescenta que ''é de relevante importância para o enfermo considerar que não é doente, mas que se encontra em fase de doença, trabalhando-se sem autocomiseração, nem autopunição para reencontrar os objetivos da existência. Sem o esforço pessoal, mui dificilmente será encontrada uma fórmula ideal para o reequilíbrio [...] 

O encontro com a consciência, através de avaliação das possibilidades que se desenham para o ser, no seu processo evolutivo, tem valor primacial, porque liberta-o da fixação da ideia depressiva, da autocompaixão, facultando campo para a renovação mental e a ação construtora. Sem dúvida, uma bem orientada disciplina de movimentos corporais, revitalizando os anéis e proporcionando estímulos físicos, contribui de forma valiosa para a libertação dos miasmas que intoxicam os centros de força [...]

Seja, no entanto, qual for a problemática nessa área, a criação de uma psicosfera [ambiente] saudável em torno do paciente, a mudança de fatores psicossociais no lar e mesmo no ambiente de trabalho constituem valiosos recursos para a reconquista da saúde mental e emocional. O homem é a medida dos seus esforços e lutas interiores para o autocrescimento, para a aquisição das paisagens emocionais.''

A depressão é uma doença a ser vencida pelo espírito. Seja contando com ajuda médica, amigos ou quem for, mas essencialmente a si mesmo. É um trabalho pessoal, não individual. A luz que percorre os cosmos deve começar a se interiorizar em cada um de nós, isto é, devemos nos iluminar sempre para que a penumbra mental não nos leve correnteza abaixo no rio de nossas vidas, moldado pelo livre-arbítrio.