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22 de nov. de 2015

Sofrimentos voluntários segundo o Espiritismo

Fustigai o vosso Espírito e não o vosso corpo.

O Livro dos Espíritos possui uma parte especialmente dedicada às privações voluntárias, isto é, aquilo que o homem se priva por vontade própria. Para ler na íntegra (é um trecho não muito extenso), clique aqui.

A primeira pergunta questiona sobre as necessidades do corpo: A lei de conservação obriga-nos a prover as necessidades do corpo? A resposta, que não poderia ser mais lógica, confirma o pensamento de Kardec: Sim, pois sem a energia e a saúde o trabalho é impossível.

Em outra pergunta, o Codificador menciona a relação entre privação e expiação: As privações voluntárias, com vistas a uma expiação igualmente voluntária, têm algum mérito aos olhos de Deus? Os Espíritos responderam: Fazei o bem aos outros e tereis maior mérito.

Essa pergunta é muito importante para compreendermos o que está se querendo dizer em tal parte do livro clássico da Doutrina. Do que adianta querer criar sofrimentos voluntários para si mesmo? Qual a lógica disso? Quem está ganhando? Ora, não está existindo caridade, nem para si próprio, muito menos para o próximo. Por isso a resposta é inabalável: Fazer o bem aos outros, porque isso traria muito mais consequências benéficas.

E Kardec continua: Há privações voluntárias que sejam meritórias? 

Quais privações voluntárias poderiam ser benéficas ao espírito? Sem dúvida, aquelas que nada mais são do que uma ilusão e nada têm de necessárias. Os Espíritos responderam da seguinte forma: 

Sim: a privação dos prazeres inúteis, porque liberta o homem da matéria e eleva sua alma. O meritório é resistir à tentação que vos convida aos excessos e ao gozo das coisas inúteis; é retirar do necessário para dar aos que o não têm. Se a privação nada mais for que um fingimento, será apenas uma irrisão.

Ao final do capítulo, o Codificador elabora duas perguntas que o encerram com chave de ouro! Vejamos a seguir.

Se os sofrimentos deste mundo nos elevam, conforme os suportamos, poderemos elevar-nos pelos que criarmos voluntariamente?

Entenda exatamente o que está se querendo saber: o espírito pode evoluir por expiações que ele mesmo criou? A resposta espiritual:

Os únicos sofrimentos que elevam são os naturais, porque vêm de  Deus. Os sofrimentos voluntários não servem para nada, quando nada valem para o bem de outros. Crês que os que abreviam a vida através de rigores sobre-humanos, [...]? Por que não trabalham, antes em favor dos seus semelhantes? Que vistam o indigente, consolem o que chora trabalhem pelo que está enfermo, sofram privações para o alívio dos infelizes e então sua vida será útil e agradável a Deus. Quando, nos sofrimentos voluntários a que se sujeita, o homem não tem em vista senão a si mesmo trata-se de egoísmo; quando alguém sofre pelos outros, pratica a caridade; são esses os preceitos do Cristo.

Se não devemos criar para nós sofrimentos voluntários que não são  de nenhuma utilidade para os outros, devemos, no entanto, preservar-nos dos que prevemos ou dos que nos ameaçam?

A pergunta é objetiva: nós devemos nos preservar, ou seja, evitar os sofrimentos? E a resposta concedida é provavelmente a mais esclarecedora de todas até agora:

O instinto de conservação foi dado a todos os seres contra os perigos e os sofrimentos. Fustigai o vosso Espírito e não o vosso corpo, mortificai vosso orgulho, sufocai o vosso egoísmo que se assemelha a uma serpente a vos devorar o coração e fareis mais pelo vosso adiantamento do que por meio de rigores que não mais pertencem a este século.

RESUMO DA ÓPERA: 

Procurar sofrimentos voluntários é uma insanidade. Você não foi feito para sofrer. O que deve ser fustigado é o espírito em seus males morais, não o corpo. 

Entretanto, se você se privar de prazeres inúteis e isso for um sacrífico, estará dando um passo em sua ascensão. Mas veja bem: prazeres inúteis: Álcool, nicotina, outras drogas, etc. Além do mais, o que deve ser evitado é o excesso, o que afeta e compromete a saúde espiritual ou física.


18 de abr. de 2015

158 anos de Espiritismo! O Consolador prometido chegava pra transformar o mundo

Capa de uma edição moderna
Hoje, 18 de abril de 2015, lembramos  afetuosamente da publicação da primeira edição de O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec, na capital francesa Paris.

Naquela época, espíritos eram quase que exclusivamente associados ao sobrenatural. O mundo dos espíritos era compreendido apenas por uma elite espiritual e as massas dormiam na ignorância. 

Não que o Espiritismo tenha inventado algo - a reencarnação, vida após a morte, corpo espiritual, etc., tudo isso alguns já sabiam e outros poucos compreendiam há milênios, mas, enquanto humanidade, a ignorância se fazia muito mais forte que qualquer esclarecimento. O próprio cristianismo fora intensamente deturpado e modificado para atender a vaidade e insânia dos líderes religiosos.

Surge, então, no auge do materialismo, sob a ebulição científica vivida na época, o Consolador prometido por Cristo: o Espiritismo. O missionário Allan Kardec, preparado para esta missão por séculos e encarnações consecutivas, executa um dos trabalhos intelectuais mais admiráveis que temos conhecimento.

Kardec usou de sua força moral inabalável, espírito sério e disciplinado para organizar as reuniões mediúnicas mais célebres, provavelmente, que já aconteceram neste planeta, e levar a bilhões de espíritos - encarnados e desencarnados, ontem e hoje e amanhã - a base imortal do conhecimento da realidade espiritual da vida, traduzindo com o bom senso o Evangelho cósmico do Cristo.

Não era e não é mais tempo de cegueira, dogmas irracionais, domínio de consciências, falso moralismo e crenças vulgares... Com as obras de Allan Kardec, uma estrutura irrepreensível se coloca como requisito básico para o espírito faminto de conhecimento.

O Livro dos Espíritos é objetivamente o despertar de uma nova era. Vemos, sem devaneios, perguntas e respostas dignas da mais atenciosa reflexão, com observações valiosas da racionalidade e empatia do mestre lionês.

Deus, o princípio, mundos habitados, reencarnação, vida espiritual, escolha das provas, emancipação da alma, intervenção dos espíritos, as leis divinas, as esperanças e os consolos espirituais... Tais temas e todos os outros são abordados com inédita liberdade e racionalidade, modificando nossos pré-conceitos e ideias errôneas acerca do desconhecido.

O tempo passará e O Livro dos Espíritos continuará atual, sendo necessário recorrermos a sua leitura ainda muitas vezes, assim como as demais obras da Codificação, até que nossa intelectualidade espiritual já tenha guardado de forma vivaz seus conceitos e preceitos, indispensáveis para o saber transcendente.