11 de jul. de 2015

Você, suas frustrações, suas dores e a famosa aceitação

Como tudo tem pelo menos dois lados ou duas versões, podemos tanto falar sobre não nos acomodarmos e simplesmente aceitarmos as coisas que nos incomodam, como também é útil pensarmos justamente o contrário: a aceitação também é importante.

Ora, por que e como isso? Primeiramente, vamos deixar claro: o vocabulário humano é pobre, a racionalidade humana é falível e nossas verdades, absolutamente relativas. Por isso tantas confusões na hora de nos expressarmos.

Mas, não fugindo do assunto que aqui pretendo que discorramos, voltemos: por que a aceitação também é algo importante? 

Se você descobre que tem uma doença, algo que vai te fazer tomar diariamente um medicamento específico, por exemplo, você pode simplesmente querer se rebelar contra o mundo e se fazer a maior vítima possível por causa disso. Aqui, de nada adianta indignação. Você tem a doença, ela tem um medicamento, ou você o toma por bem ou por mal. Se não tomar, pior ainda. 

Neste exemplo que citei, bem simples, o óbvio é: a pessoa deveria acabar aceitando este medicamento e tomá-lo da forma mais natural possível, tentando não se chatear com esta situação, etc., até porque deve ir se acostumando com o tempo.

Exemplificação dada, agora partamos para outro raciocínio. Todos temos frustrações e problemas, correto? Até quem você aposta que não tem, acredite em mim, tem, sim. O que varia é a intensidade. Não somos iguais. Não estamos em condições iguais. O Espiritismo deixa isso claro e dá razão as diferenças sociais, econômicas, hereditárias, de saúde, etc., que existem em todo o planeta. 

Falando primeiramente sobre as frustrações, encará-las com maturidade é uma necessidade à sanidade. As perdas, as decepções, os desapontamentos... parece que não podemos suportar tais coisas, nessa sociedade que preza sempre pelo máximo do prazer, contudo, não é por aí que o rio corre. Aceitar e seguir em frente. Viu? De novo a famosa palavra ''aceitar'', que também pode ser endemoniada, dependendo das circunstâncias.

E os problemas que a vida nos empurra quase que sem escolha? Esses que nos causam muitas dores. Não falo só das dores físicas, não, falo das dores da alma, as dores que nos matam aos poucos pela tristeza, raiva e amortecimento dos sentimentos dignos que nos ligam com a espiritualidade superior, nos deixando tão atordoados como se vivêssemos em um eterno inferno. 

Aceitá-los, de fato, é também uma necessidade à sanidade espiritual. Aceite sua cruz. O que você julga ser uma cruz muito pesada é, sim, possível de ser carregada. Carregue a sua cruz. Que outra mensagem poderia ter nos deixado o Cristo nos últimos instantes de sua vida? Ele, espírito de uma evolução ininteligível a nossa compreensão? 

Aceitar não significa ''não faça nada para mudar'', como já disse. Nem é masoquismo, querer e gostar de sofrer. Aceitar significa suportar e não fugir dos fardos a você confiados. Lidar com eles é outra coisa. 

Mais um exemplo: você é filho único. Sua mãe, ao final da vida, tem uma grave doença e precisa de cuidados todo o tempo. Você até pode pagar alguém para cuidá-la durante parte da semana, mas vai se isentar de também cuidá-la? Vai ''se revoltar'' com a vida e entregá-la a um asilo qualquer, fingindo que está tudo bem lá?

Espero que não. Concluindo: aceitar é a escolha correta, porque nossos problemas não são à toa. São necessários por algum motivo. Parecem insuportáveis, muitas vezes, devido a nossa falta de fé e, principalmente, perspectiva espiritual. Quando resolvemos mergulhar na dor estamos decretando nossa incapacidade de lidar com ela.

Todo o mal é passageiro. Todo sofrimento tem um fim. Colabore para que o seu termine logo. 

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