O Espiritismo, enquanto religião, filosofia e ciência, coloca como uma das suas máximas a prática da caridade. Fator central da Doutrina dos Espíritos, sem a caridade não existe Espiritismo. Pode-se existir ciência espiritual, pode-se existir espiritualidade, mas Espiritismo sem caridade: não. E nós, que nos denominamos espíritas, temos consciência disso?
Sem dúvida, o egoísmo não desapareceu de nós, caso contrário estaríamos aqui em missão ou nem estaríamos. A caridade pura e desinteressada é uma ferramenta para desconstruir esse egoísmo latente. Enquanto a voz acomodada do egoísmo grita ''preocupe-se apenas com você mesmo'', a voz da consciência, a voz Divina, diz com a segurança da verdade: faça ao próximo o que você gostaria que fizessem a você.
Estar em paz com Deus é o princípio de toda felicidade real. Mas a humanidade está longe de entender isso. Quando entender, aí sim poderemos falar em felicidade. No dado presente, esta palavra remete mais a ilusões e fugas materiais do que qualquer outra coisa. Relacionar felicidade com ajudar o próximo, então... Totalmente desconexo.
Ora, que felicidade maior podemos ter do que a de colaborar e ser útil? Com consciência disso, mudamos drasticamente a maneira de encararmos a vida, tanto esta vida como a eterna vida que temos pela frente.
Fazer o bem para o verdadeiro espírita não é um carma, pois ele não tem como único impulso saldar suas dívidas com a Lei de Ação e Reação. Ser caridoso, para o verdadeiro espírita, não é uma forma de se promover, tendo em vista que a discrição é por ele mais prezada que a vaidade.
Para o verdadeiro espírita, a caridade é um princípio límpido que objetiva a felicidade de todos ao seu redor, residindo aí, também, a sua felicidade, tendo sempre como exemplo a incomparável mensagem de Jesus, o Cristo.
Muitas vezes nos consideramos muito caridosos, quando fazemos tão pouco, tão pouco! Procuremos estender a caridade a todos os âmbitos de nossa vida: começando em casa, que deve ser o berço desta bendita virtude, chegando a todos que convivemos.
E, principalmente aos médiuns e trabalhadores espíritas: saiamos da acomodação. Procuremos todas as formas de ser útil à Espiritualidade Maior, sem nos prendermos a padrões e limitações por nós mesmos impostas. Fazer o bem uma ou duas vezes por semana, uma ou duas horas, não é caridade, é treino, se é que dá para falar assim. E podemos mais que isso.
Ademais, deixo a seguir uma citação de Kardec referente a isso tudo que refletimos:
''O Espiritismo tem por divisa: Fora da caridade não há salvação, o que equivale dizer: fora da caridade não pode existir verdadeiros espíritas. Solicito-vos inscrever, daqui para a frente, esta divisa em vossas bandeiras, pois que ela resume ao mesmo tempo a finalidade do Espiritismo e o dever que ele impõe.'' (Página 48 de Viagem Espírita em 1862.)
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