Orai e vigiai, aconselhou Jesus. E inegavelmente precisamos de ambas as coisas. A prece para refazimento espiritual e a vigilância para com os nossos sentimentos, atos e, principalmente, pensamentos.
No primeiro século do Espiritismo, inúmeros espíritos encarnaram com o propósito de trabalharem pela causa do Consolador. Incontáveis homens e mulheres saíram preparados de colônias do mundo espiritual para acenderem suas luzes no mundo terreno.
Contudo, quando se viram novamente na carne, a maioria não fez nem metade do que pretendia e poderia. Infelizmente, até, muitos se desviaram completamente.
Este exemplo, que é só um exemplo do que continua acontecendo e pode estar acontecendo conosco neste exato momento, evidencia como somos frágeis para o mal e distantes do bem que idealizamos.
Temos propósitos. Alguns, conscientes, outros nem tanto, mas todos temos propósitos e chances de melhorarmos e trabalharmos pelo melhoramento extra pessoal - pelo melhoramento do outro.
O que não podemos fazer é esquecer tal verdade e visarmos apenas as satisfações materialistas e superficiais do mundo. Em outras palavras, nos acomodarmos espiritualmente e viver buscando apenas ascensão material e social.
É fácil ser bom e elevado em uma colônia equilibrada, amparado por amigos espirituais lado a lado. Realmente meritório é ser bom para si mesmo e aos outros em um mundo que coloca isso como um verdadeiro desafio diário.
Ser espiritualista não é viver esquecido do mundo, rejeitando a vida normal, considerando-se acima dos outros. Muito pelo contrário.
Ser espiritualista e, no meu caso e provavelmente no seu, ser espírita, é ter a consciência de que o espírito é mais importante que a matéria. Ter o conhecimento da simplicidade e colocá-lo em prático, prezando aquilo que poderemos levar conosco depois da passagem para a verdadeira vida.
Em resumo, voltamos às simples e honestas palavras do Divino Mestre: Vigiai. A vigilância verdadeira é sobre unicamente si mesmo, cuidando para que a trilha seguida seja a correta e desejada, e não a infrutífera trilha que exige do seu caminhante o retorno para o início e o recomeçar, agora mais cansado, mas também mais experiente.
Trilhe o caminho certo, o caminho do bem. Tal caminho para você somente você sabe, pois é a sua consciência que deve ser ouvida.
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