14 de mar. de 2014

Entendendo a si mesmo: Mecanismos do egocentrismo

''Enquanto estivermos sob este domínio encontrar-nos-emos presos às paixões, o que nos manterá na condição de infância psicológica, retardando o desenvolvimento das infinitas capacidades que jazem em nosso Ser. Como recorda Joanna de Ângelis: “Característica iniludível de imaturidade psicológica, do indivíduo, é a sua preocupação em projetar o próprio ego. Atormentado pela ausência de valores pessoais, quão inseguro no comportamento, apega-se às atitudes afligentes da autopromoção, passando a viver em contínua inquietação, porque sempre insatisfeito.'' (Fonte.)

O egocentrismo é a característica de exaltar o ego, ou seja, de voltar-se para si, pensar em si demasiadamente. 

Neste processo, a mente, em estado de infância (leia: Somos nós os pequeninos da espiritualidade) protege o indivíduo e o mascara pela propagação pessoal e tantas más paixões. 

Quando se discute, por exemplo, a primeira coisa é provar que a verdade está conosco. Nós somos os certos e o outro errado. É o ego passando facultativamente pela consciência, que deve ser imparcial.

Por mais que, em uma determinada situação, nos consideremos certos de forma consciente, toda opressão sobre o outro ou ato de levar uma discussão adiante é sinal de inferioridade. O silêncio, não raramente, é a melhor resposta. Mais vale mudar o assunto do que continuar em um, apenas para mostrar, a quem não está disposto, que ''isso não é aquilo''.

A forma prática para que a consciência se sobreponha ao egocentrismo é a reflexão sincera, disposta a encarar a realidade sem domínio do estado lúdico da mentalidade, isto é, basta verdadeiramente querer para começar. Somos escravos do ego, do orgulho, até o momento em que permitimos.

Quando fazemos isso, pode haver decepção, constrangimento, culpa, outros tantos sentimentos. Neste caso, compreender os erros (próprios ou de terceiros) elimina os sentimentos tóxicos que porventura possamos ter e possibilita a reforma íntima.

O amadurecimento espiritual não pode acontecer sem que o indivíduo trabalhe seu mundo psicológico único, tirando a milenar capa do orgulho e egoísmo que nos vestimos para escondermos, de nós mesmos, a fraqueza de nossas verdade e humildade, ensinadas por Cristo, e que ainda tantas vezes renegamos o aprendizado.


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