30 de nov. de 2013

Suicídio consciente e inconsciente

Um tema importante esclarecido pelo Espiritismo é o suicídio. Em O Livro dos Espíritos, os Espíritos respondem a Allan Kardec sucintamente:

944. O homem tem o direito de dispor da sua própria vida? — Não; somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei.

Podemos achar que o corpo é nosso, fazemos o que bem entendemos com ele. Não é bem assim. O corpo - esta existência, reencarnação - é um empréstimo divino, oportunidade de escoarmos nossos pesados débitos e crescermos. Respondemos justamente a todas as ações com ele, que vão do pensamento à alimentação.

O suicídio consciente - isto é, deliberadamente tirar a própria vida - é uma falta muito grave, sentida pelo indivíduo, que continua sofrendo após o rompimento com a carne. Os efeitos variam de espírito a espírito, contexto a contexto, circunstância a circunstância. Todavia, sempre é sentido.

957. Quais são, em geral, as conseqüências do suicídio sobre o estado do Espírito? — As consequências do suicídio são as mais diversas. Não há penalidades fixadas e em todos os casos elas são sempre relativas às causas que o produziram. Mas uma conseqüência a que o suicida não pode escapar é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos, dependendo das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros numa nova existência, que será pior que aquela cujo curso interromperam.

O suicida, frequentemente fazendo isso para ter suas dores e males cessados, não se livra de nada. Pelo contrário, as dificuldades vêm aumentadas. Tirar a própria vida é a pior coisa que um sofredor pode fazer, é um ato de desespero que espiritualmente custa caro, muitas vezes, outras encarnações.

Outra forma de suicídio é o inconsciente. Ocorre, por exemplo, quando alguém morre devido ao uso do cigarro, do álcool, outras drogas, além de formas de alimentação. Exemplificando ainda mais, o espírito André Luiz conta em Nosso Lar que era chamado de ''suicida'' pelos espíritos do umbral. Tal fato o espantou, já que não se matou... conscientemente. Além de presente nas obras de André Luiz, pelo médium Chico Xavier, o tema foi tratado por Allan Kardec em O Céu e o Inferno:

"O suicídio não consiste somente no ato voluntário que produz a morte instantânea, mas em tudo quanto se faça conscientemente para apressar a extinção das forças vitais." 

Esse ensinamento nos faz refletir: como estamos cuidando do nosso corpo? Além dos aspectos inteiramente materiais, os pensamentos constituem fatal influência. A cada vibração odiosa comprometemos o nosso sistema cardíaco, assim por diante.

Todo o ato de desespero tem más consequências. Calculado friamente, o suicídio consciente é produto de depressão e outros fatores agressivos. Em suma, analisamos que nenhum sofrimento carnal - necessário e útil para o progresso e felicidade futura, se aproveitado bem e sem rebeldia  - se compara com o de se despor da vida. Indiretamente, devemos cuidar física e moralmente do corpo e, logo, do espírito. 

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